Artigo de Catequese I Paragrafo 579 I Jesus e a lei

 


579. Este princípio da integralidade da observância da Lei, não só na letra mas também no espírito, era caro aos fariseus. Tomando-o extensivo a Israel, conduziram muitos judeus do tempo de Jesus a um zelo religioso extremo (359). E um tal zelo, se não se ficasse por uma casuística «hipócrita» (360), com certeza que prepararia o povo para esta inaudita intervenção de Deus, que será o cumprimento perfeito da Lei pelo único justo representante de todos os pecadores (361).

Os fariseus, em sua busca por uma observância rigorosa da Lei, muitas vezes interpretavam os mandamentos de forma estrita, focando na letra e não no espírito que os anima. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) destaca que essa abordagem pode levar a uma forma de religiosidade que se torna "hipócrita" e casuística, em vez de promover uma verdadeira relação com Deus.

Os mandamentos, conforme ensinados pela Igreja, não são meras regras impostas por um Deus autoritário, mas sim expressões da dignidade humana e da ordem natural que Deus estabeleceu. O Catecismo afirma que os Dez Mandamentos pertencem à revelação de Deus e ensinam a verdadeira humanidade do homem, trazendo à luz os deveres essenciais e, indiretamente, os direitos fundamentais que são inerentes à natureza humana. Eles são vistos como um caminho que leva à liberdade, pois, como ensina o Papa João Paulo II, a escolha de seguir os mandamentos é um passo inicial em direção à verdadeira liberdade.

A liberdade, segundo a doutrina católica, não é a capacidade de agir sem restrições, mas sim a habilidade de escolher o bem e viver de acordo com a verdade revelada por Deus. O Compêndio da Doutrina Social da Igreja ressalta que os mandamentos expressam as implicações de pertencer a Deus e que a moralidade é uma resposta à iniciativa amorosa de Deus. Assim, a verdadeira liberdade é alcançada quando se vive em conformidade com a lei moral, que é uma expressão do amor de Deus e da dignidade humana.

Portanto, a visão correta dos mandamentos é que eles são um guia para a liberdade, e não uma imposição que leva à escravidão. Aqueles que se afastam dessa lei, buscando uma liberdade que ignora a verdade, acabam por se encontrar em uma forma de escravidão ao pecado. Em contraste, a observância dos mandamentos, entendida em seu verdadeiro sentido, é o caminho que leva à verdadeira liberdade e à realização plena do ser humano.







Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem